Sindicatos em Ação - Edição 04 Agosto de 2013 - page 18

“CUSTO BRASIL E CÂMBIO
COMPROMETEM A
COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA”
COMPETITIVIDADE ETECNOLOGIA - DECOMTEC/FIESP
O Departamento de
Competitividade e Tecnologia
(Decomtec), da Federação das
Indústrias do Estado de São Pau-
lo (Fiesp), preparou um estudo
com objetivo de quantificar o
diferencial de preços (com base
em 2012), no mercado brasilei-
ro, dos produtos da indústria de
transformação nacional ante aos
importados, decorrente do Custo
Brasil e da Valorização do real.
O estudo comprova que
um bem manufaturado nacional
é, em média, 34,2% mais caro
que o similar importado dos
principais parceiros comerciais,
já contando com as alíquotas de
importação vigentes, unicamente
em função do Custo Brasil e
devido a valorização do real em
relação ao dólar.
Ao final do estudo, como
esperado, o Departamento con-
cluiu que os resultados indicam
que o Custo Brasil é bastante
significativo na determinação do
preço dos produtos industriais,
constituindo-se no principal
fator determinante da perda da
competitividade da indústria de
transformação.
Basta dizer que em 2012,
enquanto a indústria de transfor-
mação recuou 2,5%, o comércio
varejista cresceu 8,0%. A parti-
cipação da indústria de transfor-
mação no PIB regrediu 13,3%
em 2012, o menor patamar dos
últimos 50 anos.
Além do Custo Brasil, a
valorização do real contribuiu
para esse quadro de perda de
competitividade. Para o cálculo
do Custo Brasil foram conside-
rados seis grupos de fatores de
ambiente de negócios (fatores
sistêmicos) acrescido da valori-
zação do real.
Em 2012 o real encontrava-
se valorizado em 14% em
relação ao dólar, com exceção
da Suíça, EUA e o Euro, todas
as economias parceiras apresen-
tam valor negativo no índice
Big Mac, ou seja, têm taxas de
câmbio desvalorizadas.
As alíquotas do imposto de
importação são insuficientes para
eliminar a desvantagem compe-
titiva da indústria de transfor-
mação brasileira decorrente dos
dois fatores em questão.
De fato, esse diferencial
de preços, de 34,2%, deve ser o
cerne de qualquer diagnóstico
das causas do baixo nível de
investimentos, pífio nível de
atividade inovativa e reduzido
crescimento econômico do Bra-
sil, diz o estudo.
Mais que isso, conclui, os
resultados evidenciam que a
retomada da competitividade
brasileira pressupõe a adoção
de políticas de Estado dirigi-
das a eliminação ou redução
expressiva do Custo Brasil e da
valorização do real.
Parte das políticas reque-
ridas para redução do Custo
Brasil somente terão resultado
no longo prazo. Portanto, há
necessidade de políticas públicas
emergenciais estruturantes e
permanentes, que proporcionem
um ambiente de negócios com
previsibilidade a longo prazo, e
com condições isonômicas de
competição para o setor produ-
tivo doméstico ante a produção
estrangeira.
O estudo completo pode ser
visualizado no site do seu sindi-
cato, bastando clicar no menu;
“índices, pesquisa e publicações”.
“Um bem
manufaturado
nacional é, em
média, 34,2%
mais caro
que o similar
importado
dos principais
parceiros
comerciais.”
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