Sindicatos em Ação - Edição 04 Agosto de 2013 - page 25

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simvep
PRESIDENTE DO SIMVEP DISCUTE
A COMPETITIVIDADE
Um longo trabalho. Assim
o presidente do Simvep (Sin-
dicato da Indústria de Móveis
de Junco e Vime e Vassouras e
de Escovas e Pincéis do Estado
de São Paulo), Manoel Canosa
Miguez avalia o papel das enti-
dades sindicais na luta por um
mercado mais competitivo.
Ao longo desse ano, o
presidente vem desenvolvendo
inúmeras visitas, reuniões e até
palestras, buscando mostrar a
fragilidade da indústria diante
dos efeitos do custo Brasil e da
valorização do real. Em uma
dessas oportunidades, durante
um Seminário, realizado em
abril de 2013, Miguez apresen-
tou um estudo que demonstra
bem a situação da indústria
nacional e as perspectivas nada
positivas para o futuro.
Para comprovar o que
afirma, Miguez se baseia em
números. Ele lembra que em
2012 o PIB (Produto Inter-
no Bruto) do Brasil cresceu
0,9%, muito pouco em com-
paração com o PIB mundial,
que cresceu 3,2%, enquanto
o da América Latina cresceu
3% e as economias em de-
senvolvimento 5,1%. “Nesse
mesmo período a indústria de
transformação recuou 2,8%.
O comércio varejista cresceu
8,4% até novembro de 2012.
Esse fraco desempenho da
indústria é atribuído ao custo
Brasil e a valorização do
real”, afirma.
O juro real brasileiro é
quase 8 vezes maior na compa-
ração com a média ponderada
pela participação de parceiros
na pauta. Some-se a isso gastos
ao longo da cadeia produtiva,
custos com serviços a funcio-
nários, o custo Brasil promo-
ve acréscimo de 25,4% em
média no custo de produção
da indústria de transformação,
quando comparado com países
parceiros.
A valorização do real é
outro fator determinante. Em
2012 essa valorização chegou
a 14%, logo, o preço (sem
tributos indiretos) de um pro-
duto importado ficou em 87,7
contra 100. Na composição do
preço final do produto indus-
trial, além do custo Brasil e
da valorização cambial, foram
acrescidos os tributos indiretos,
que incidem tanto no produto
nacional, como no importado.
Na comparação de preços com
países parceiros a diferença
chega a 34,2%, contra o Brasil.
Ante a China esse percentual
chega a 85,9%.
Para Miguez as alíquotas
de importação são insuficien-
tes para eliminar a desvanta-
gem competitiva da indústria
de transformação brasileira,
decorrente dos dois fatores
em questão (custo Brasil e
valorização do real). Há neces-
sidade de políticas públicas
emergenciais estruturantes e
permanentes, que proporcio-
nem um ambiente de negócios
com previsibilidade a longo
prazo, e com condições iso-
nômicas de competição para o
setor produtivo doméstico ante
a produção estrangeira.
Manoel Canosa Miguez
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