Sindicatos em Ação - Edição 30 - Fevereiro de 2018 - page 14

14
|
sindicatos em ação
|fevereiro 2018
www.
sindiloucasp
.org.br
Muitas empresas brasileiras são de origem fami-
liar. E um dos momentos mais delicados para elas
é o da transição. Ou seja, quando é preciso passar
o negócio de pai para filho. No caso do Sindilouça
(Sindicato da Indústria de Cerâmica de Louça de
Pó de Pedra da Porcelana e Louças de Barro no
Estado de São Paulo), explica o presidente Ange-
lo Carmelo Consolo, praticamente a maioria das
empresas tem origem familiar.
Angelo Consolo acredita que é preciso pensar no
tema, de preferência com tempo para planejar. "É
preciso avaliar o quadro da empresa, como será
feita essa transição, quem realmente se identifica
com o negócio. Do conjunto desses fatores de-
penderá o futuro."
O consultor em empresas familiares, Domingos
Ricca, da Ricca & Associados, explica que a em-
presa é maior que todos. E que qualquer ação a
ser implantada precisa ser respaldada no fato de
que a empresa vem em primeiro lugar. "Para tanto
é necessário mostrar para a família que a sucessão
não é discutir poder (quem manda mais), e sim,
como a empresa vai trabalhar e se perpetuar."
Divergências entre o fundador e seus sucessores
são normais, comenta. Logo, a consultoria deve
atuar como mediadora, fazendo com que a família
entenda a importância da governança corporativa
para a continuidade dos negócios, principalmente
a transparência entre os sócios.
Ricca afirma que sucessão não é tirar o dono da
empresa e sim fazer com que ele participe do pro-
cesso. "Ele precisa ser o mentor e orientador do
sucessor. A consultoria faz a intermediação e su-
gere, em conjunto com o dono, a melhor forma de
fazer a transição, as etapas pelas quais o sucessor
deverá passar."
Outro fator importante é a preservação da cul-
tura. Os valores corporativos são vinculados aos
valores do fundador e precisam ser preservados.
"Quando os sócios concordam com as regras defi-
nidas, as próximas gerações têm uma base sólida
e legal que determinará suas ações."
As etapas da sucessão nunca são iguais. É funda-
mental transmitir ao sucessor os pilares que con-
solidaram a empresa familiar, que são: Palavra/
credibilidade; Perseverança; Liderança/Carisma
e Cultura. A profissionalização também é de ex-
trema importância para um processo sucessório.
Regras definidas e normas estabelecidas garan-
tem o êxito.
A Governança Corporativa, por meio de um
Conselho de Administração, tem a função de mi-
nimizar conflitos, diminuindo os riscos durante o
processo de sucessão, pois irá estabelecer regras
e deixará clara a função de cada sócio dentro da
empresa. A Governança Corporativa pode ser de-
senvolvida em empresas de todos os tamanhos.
Como lidar com a
S U C E S S Ã O
Domingos
Ricca
1...,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13 15,16,17,18,19,20,21,22,23,24,...28
Powered by FlippingBook