fevereiro 2018 |
        
        
          sindicatos em ação
        
        
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          A expectativa da Federação das Indústrias do Es-
        
        
          tado de São Paulo (Fiesp) é de um crescimento do
        
        
          Produto Interno Bruto (PIB) de 1,1% em 2017 e
        
        
          2,8% em 2018. Apesar do crescimento esperado
        
        
          para o biênio 2017-18, vale destacar que o nível
        
        
          do PIB retrocede seis anos, retornando para os
        
        
          níveis observados em 2012, o que dá uma dimen-
        
        
          são da intensidade da recessão e da destruição
        
        
          de riqueza por que passou a economia brasileira
        
        
          entre 2014 e 2016 e do tamanho do desafio que
        
        
          tem-se pela frente. Os investimentos (FBCF) vol-
        
        
          tam a crescer em 2018, após quatro anos de que-
        
        
          da. A expansão esperada para a FBCF é de 3,2%
        
        
          em 2018. O Consumo das Famílias, principal dri-
        
        
          ver da recuperação, deverá crescer 3,1% em 2018,
        
        
          acelerando frente ao desempenho de 2017 (1,2%).
        
        
          Esta variação será impulsionada pela expansão da
        
        
          renda e do emprego (esperamos geração de 860
        
        
          mil empregos formais em 2018) e uma menor
        
        
          taxa de juros.
        
        
          Para o segmento da Indústria de Transforma-
        
        
          ção, a expectativa é de um crescimento de 3,1%
        
        
          este ano. A trajetória de recuperação iniciada em
        
        
          2017 se manterá em 2018, possivelmente exibin-
        
        
          do alguma aceleração. O consumo continuará a
        
        
          ser o principal vetor da recuperação. Já os setores
        
        
          cuja produção tem significativa parcela voltada
        
        
          ao mercado externo, continuarão a se beneficiar
        
        
          de um ambiente externo favorável, caracterizada
        
        
          pelo forte crescimento mundial.
        
        
          Com esta recuperação, acreditamos que a Indús-
        
        
          tria de Transformação volte a gerar empregos
        
        
          em 2018, porém, num ritmo moderado, com o
        
        
          empresário industrial ainda se mantendo numa
        
        
          condição defensiva em busca de ganhos de pro-
        
        
          dutividade como observado no ano passado. A
        
        
          Produção Industrial Paulista cresceu 3,5% em
        
        
          2017, já as Horas Trabalhadas na Produção cai-
        
        
          ram 2,0%, resultados que apontam para aumen-
        
        
          to da produtividade física da Indústria Paulista.
        
        
          A nossa expectativa é que sejam gerados 20 mil
        
        
          empregos em 2018. Em 2017, a Indústria Paulista
        
        
          fechou 35 mil postos de trabalho, mesmo assim,
        
        
          esse é o melhor resultado desde 2011. Entre 2014
        
        
          e 2016 foram fechados e 519 mil postos de tra-
        
        
          balho na o que corresponde a um fechamento de
        
        
          173 mil postos, em média no período.
        
        
          Como já destacado, a manutenção da atual situa-
        
        
          ção das contas do Governo, particularmente a da
        
        
          Previdência, trará impacto em duas regras na área
        
        
          fiscal, já em 2019 : a Regra de Ouro e a Regra do
        
        
          Teto dos Gastos
        
        
          A Regra de Ouro prevê que o endividamento do
        
        
          governo federal seja apenas para investimento e
        
        
          amortização de dívidas, não podendo haver no-
        
        
          vas dívidas para pagamento de despesas correntes
        
        
          como salários e aposentadorias. Para cumprir a
        
        
          Regra de Ouro em 2017, o governo precisou de
        
        
          R$ 50 bilhões de devoluções do BNDES, e 2018 o
        
        
          governo anunciou que faltam R$ 208,06 bilhões e
        
        
          que precisará de mais R$ 130 bilhões em devolu-
        
        
          ções do Banco de Desenvolvimento, dentre outras
        
        
          medidas, para atingir esse valor. Em 2019 devem
        
        
          José Ricardo Roriz Coelho
        
        
          vice-presidente da Fiesp