Sindicatos em Ação - Edição 30 - Fevereiro de 2018 - page 17

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A expectativa da Federação das Indústrias do Es-
tado de São Paulo (Fiesp) é de um crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB) de 1,1% em 2017 e
2,8% em 2018. Apesar do crescimento esperado
para o biênio 2017-18, vale destacar que o nível
do PIB retrocede seis anos, retornando para os
níveis observados em 2012, o que dá uma dimen-
são da intensidade da recessão e da destruição
de riqueza por que passou a economia brasileira
entre 2014 e 2016 e do tamanho do desafio que
tem-se pela frente. Os investimentos (FBCF) vol-
tam a crescer em 2018, após quatro anos de que-
da. A expansão esperada para a FBCF é de 3,2%
em 2018. O Consumo das Famílias, principal dri-
ver da recuperação, deverá crescer 3,1% em 2018,
acelerando frente ao desempenho de 2017 (1,2%).
Esta variação será impulsionada pela expansão da
renda e do emprego (esperamos geração de 860
mil empregos formais em 2018) e uma menor
taxa de juros.
Para o segmento da Indústria de Transforma-
ção, a expectativa é de um crescimento de 3,1%
este ano. A trajetória de recuperação iniciada em
2017 se manterá em 2018, possivelmente exibin-
do alguma aceleração. O consumo continuará a
ser o principal vetor da recuperação. Já os setores
cuja produção tem significativa parcela voltada
ao mercado externo, continuarão a se beneficiar
de um ambiente externo favorável, caracterizada
pelo forte crescimento mundial.
Com esta recuperação, acreditamos que a Indús-
tria de Transformação volte a gerar empregos
em 2018, porém, num ritmo moderado, com o
empresário industrial ainda se mantendo numa
condição defensiva em busca de ganhos de pro-
dutividade como observado no ano passado. A
Produção Industrial Paulista cresceu 3,5% em
2017, já as Horas Trabalhadas na Produção cai-
ram 2,0%, resultados que apontam para aumen-
to da produtividade física da Indústria Paulista.
A nossa expectativa é que sejam gerados 20 mil
empregos em 2018. Em 2017, a Indústria Paulista
fechou 35 mil postos de trabalho, mesmo assim,
esse é o melhor resultado desde 2011. Entre 2014
e 2016 foram fechados e 519 mil postos de tra-
balho na o que corresponde a um fechamento de
173 mil postos, em média no período.
Como já destacado, a manutenção da atual situa-
ção das contas do Governo, particularmente a da
Previdência, trará impacto em duas regras na área
fiscal, já em 2019 : a Regra de Ouro e a Regra do
Teto dos Gastos
A Regra de Ouro prevê que o endividamento do
governo federal seja apenas para investimento e
amortização de dívidas, não podendo haver no-
vas dívidas para pagamento de despesas correntes
como salários e aposentadorias. Para cumprir a
Regra de Ouro em 2017, o governo precisou de
R$ 50 bilhões de devoluções do BNDES, e 2018 o
governo anunciou que faltam R$ 208,06 bilhões e
que precisará de mais R$ 130 bilhões em devolu-
ções do Banco de Desenvolvimento, dentre outras
medidas, para atingir esse valor. Em 2019 devem
José Ricardo Roriz Coelho
vice-presidente da Fiesp
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