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          sindicatos em ação
        
        
          |fevereiro 2018
        
        
          Sindicato
        
        
          
            Associado
          
        
        
          faltar R$ 200 bilhões e não existem recursos dis-
        
        
          poníveis, segundo o ministro Dyogo Oliveira.
        
        
          Flexibilizar a Regra de Ouro ou aumentar impos-
        
        
          tos, como cogitado pelo governo, é um paliativo
        
        
          que não vai resolver a crise fiscal brasileira, ao
        
        
          contrário, pode adiar ainda mais a realização do
        
        
          ajuste necessário. Ademais, elevar os impostos vai
        
        
          onerar ainda mais a produção, e a Fiesp tem agido
        
        
          contra o aumento dos impostos desde sempre.
        
        
          Outra regra fiscal em risco de não ser cumprida é
        
        
          a do Teto dos Gastos, que consiste no crescimento
        
        
          dos gastos públicos sendo determina o pela taxa
        
        
          de inflação do ano imediatamente anterior. Se a
        
        
          Reforma da Previdência não for aprovada, a par-
        
        
          tir de 2019 será muito difícil cumprir a Regra do
        
        
          Teto dos Gasto uma vez que, os cortes de despe-
        
        
          sas deverão ser de R$ 41 bilhões em 2019, R$ 81
        
        
          bilhões em 2020, e R$ 124 bilhões em 2021. Até
        
        
          2023 as despesas não obrigatórias teriam de ser
        
        
          zeradas, ocasionando a total parada nos investi-
        
        
          mentos e da máquina pública.
        
        
          O não equacionamento do desequilíbrio fiscal
        
        
          nos próximos anos poderá resultar em duas con-
        
        
          sequencias recorrentes: a consolidação de um am-
        
        
          biente econômico com taxas juros elevadas para
        
        
          os padrões internacionais e o  elevado risco de au-
        
        
          mento dos impostos, aumentando a já insustentá-
        
        
          vel carga tributária do país. No limite, pode-se ter a
        
        
          reestruturação/calote da dívida pública ou o retor-
        
        
          no da inflação elevada, com o governo passando a
        
        
          se financiar com emissão de moeda, retrocedendo
        
        
          o país para os desequilíbrios econômicos vivencia-
        
        
          dos até 1994. Nenhuma situação destas é aceitável.
        
        
          Além da precária situação fiscal, outro desa-
        
        
          fio importante para a recuperação da atividade
        
        
          econômica são os elevados spreads bancários. A
        
        
          despeito da forte queda da taxa de juros Selic,
        
        
          os spreads bancários ainda continuam elevados.
        
        
          Enquanto da taxa Selic caiu de 14,25% em Set/16
        
        
          para 7,00% em Dez/17 (queda de 50,9%), os spre-
        
        
          ads da taxa de juros do crédito para a pessoa físi-
        
        
          ca recuaram de 61,5% em Set/16 para 46,1% em
        
        
          Dez/17 (queda de 25,0%). No caso da pessoa ju-
        
        
          rídica, no mesmo intervalo os spreads passaram
        
        
          de 17,9% para 13,6% (queda de 24,1%). Portanto,
        
        
          para que o processo de retomada da economia
        
        
          ganhe consistência e aceleração, é essencial que
        
        
          além da implementação das reformas estruturais,
        
        
          como a da Previdência  (que deve ser feita o mais
        
        
          rápido possível), o custo do crédito ao tomador
        
        
          final mostre redução por meio da queda consis-
        
        
          tente dos spreads bancários.
        
        
          A recuperação está em curso, porém, os desafios
        
        
          se mostram crescentes, não admitindo mais pos-
        
        
          tergação do seu enfrentamento, pois do contrário,
        
        
          estará colocando em risco a estabilidade econô-
        
        
          mica e o crescimento de longo prazo do país.
        
        
          Finalizando, é importante salientar que o ano
        
        
          eleitoral não poderá ser uma restrição a agenda
        
        
          de retomada do desenvolvimento. Mais que isso,
        
        
          é fundamental avaliar as propostas dos candida-
        
        
          tos, tanto para o nível  do executivo quanto para
        
        
          o legislativo, a fim de que nossas escolhas sejam
        
        
          pautadas naqueles que tem compromisso com a
        
        
          competitividade do país, e portanto, com a pro-
        
        
          moção do desenvolvimento econômico e social.