Sindicatos em Ação - Edição 05 - Outubro de 2013 - page 13

sindmilho e soja
pág. 13
MODERNIZAÇÃO DO PARQUE
INDUSTRIAL
Por: Hideyo Uchinaka
presidente SindMilho & Soja
Um cardápio nada agradá-
vel está sendo colocado a mesa
da indústria brasileira. De um
lado a China e países asiáticos
exportadores que pressionam o
mercado internacional com seus
produtos de baixo custo. De ou-
tro lado, a herança protecionista
dos anos 70/80 contra os “impor-
tados”, que engessou a moder-
nização do parque industrial.
Para completar esse cenário, as
exigências das normas regula-
doras da segurança do trabalho
nas plantas fabris. Está montado
mais um enorme desafio do
industrial brasileiro.
Superar essa fase, em
um país que almeja migrar de
majoritariamente exportador de
commodities, para um patamar
competitivo no cenário interna-
cional é um desafio Hercúleo.
Os entraves são magnâni-
mos. A necessidade da correção
da desvalorização cambial (ter-
reno complexo, pois necessita a
ação governo/empresariado), as
normas comerciais “arbitradas”
pela Organização Mundial do
Comércio (OMC), os preços
“made in china”, a pressão pela
recomposição dos salários por
parte dos sindicatos laborais,
as duras normas e portarias que
surgem diariamente na área
tributária e fiscal, os inexplicá-
veis custos elevados da energia
elétrica, e finalmente, as ade-
quações que a NR-12 exige nos
equipamentos de nosso parque
industrial.
Se está impossível dormir
com um barulho desses, imagine
ter de superar todos os obstá-
culos de forma simultânea. A
pressão e a responsabilidade são
colocadas, unicamente, nas mãos
dos industriais. Se o governo
não tem capacidade de fornecer
transporte e saúde adequados,
sobra para o patronal resolver
com seus colaboradores. Se
a previdência não remunera
adequadamente, sobra para
o patronal “patrocinar” uma
previdência privada para seus
colaboradores. Se os acidentes
de trabalho são uma realidade no
Brasil, o governo mais uma vez
coloca, de forma exclusiva, a so-
lução nas mãos do empresariado.
Poucas ferramentas são disponi-
bilizadas. A Fiesp vem auxiliando
com o ótimo exemplo da Sala de
Crédito, promovendo o encontro
das empresas com os canais de
financiamento para, por exemplo,
compra e modernização de novos
equipamentos. Vem sendo uma
ótima ajuda, mas infelizmente o
cenário exige ações mais amplas
do governo e da sociedade.
Como em toda natureza,
existe o nascimento, crescimen-
to, maturação, envelhecimento e
morte. Nossa indústria não teve
o tempo completo de crescer,
e aparentemente, estão nos le-
vando para a fase final de forma
bastante abrupta.
Hideyo Uchinaka
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