Sindicatos em Ação - Edição 05 - Outubro de 2013 - page 9

sindibor
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SINDIBOR SE PREOCUPA COM O
FUTURO DO MERCADO
O Sindibor (Sindicato da In-
dústria deArtefatos de Borracha no
Estado de São Paulo), promoveu
jantar, no dia 23 de agosto, no Iate
Clube de Santos, em Higienópolis,
para comemorar os 80 anos da
Entidade. A festa contou com a
presença de inúmeros associados,
ex-presidentes, amigos e colabora-
dores que fizeram parte dessa longa
e vencedora trajetória.
Em depoimento bastante
descontraído o presidente Edgar
Solano Marreiros lembrou seus an-
tecessores e ressaltou a importância
do Sindicato para a consolidação
das empresas desse mercado, e dos
seus colaboradores, em especial, o
diretor Executivo, Ademar Araújo
Queiroz do Valle. “Se você não
tiver equipe competente, não con-
segue administrar um Sindicato”.
Alguns dias após a festa, no
entanto, o presidente manifestou
sua preocupação em relação ao
futuro do segmento. “Continuamos
sofrendo a pressão das importa-
ções, que já e ainda representam
20% do que produzimos. Todos
os produtos de alta escala estão
sendo importados, ficando para o
Brasil apenas produtos menores, o
que leva a indústria a uma situação
muito delicada”, argumenta.
Mesmo com a alta do dólar,
o mercado não consegue competir.
Aconclusão é que o aumento não
afetou em nada as importações,
ainda mais em função das altas
cargas tributárias e trabalhistas, ex-
plica. “As indústrias estão em fase
de praticar demissões. Em relação
ao ano passado, o nível de emprego
já caiu aproximadamente 23%”.
A saída para combater o
custo Brasil, acredita, é organizar
bancada política. Ele lembra que
todos os setores possuem suas re-
presentações, menos o industrial.
“A única alternativa que desponta
é elegermos o presidente da
Fiesp, Paulo Skaf, independen-
te de ideologias. Amudança
na estrutura da política fiscal e
tributária só pode acontecer se
tivermos alguém lá dentro”.
Marreiros afirma que “esta-
mos caminhando para uma década
perdida”, e que o setor de borracha
nunca esteve tão desanimado. “O
setor de correias transportadoras,
por exemplo, nunca teve crise.
Hoje perde 30% do mercado. A
Índia é a maior responsável pelo
envio de produtos de linhas nobres
para o Brasil”.
Além da questão fiscal, o pre-
sidente lamenta também os custos
elevados dos encargos trabalhistas
e como se não bastasse, ocorre uso
inadequado da PLR. “Infelizmente
a PLR (Participação nos Lucros
e Resultados) deixou de atender
os objetivos que determinaram
sua criação. Temos empresas
trabalhando no vermelho que se
não concederem a PLR têm sua
produção ameaçada de interrup-
ção. Estes custos são impossíveis
de serem repassados”.
Por fim, o presidente Marrei-
ros ressaltou o quanto é essencial a
formação de representação política
farta que lute pelos interesses da
indústria. “Somos os maiores
geradores de empregos e tributos,
precisamos voltar a exportar, mas
a tributação não permite isso.
A tendência é corroer nossas
reservas e vamos acabar voltando
a pedir dinheiro ao FMI (Fundo
Monetário Internacional)”.
Edgar Marreiros
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