Sindicatos em Ação - Edição 05 - Outubro de 2013 - page 19

dar o primeiro-passo é seguir
as diretrizes da Norma Interna-
cional ISO 26000, que aborda
os princípios, os temas e as
principais questões relaciona-
das a uma gestão socialmente
responsável.
A ISO 26000 recomenda
que as organizações pautem
suas atividades em sete princí-
pios: accountability (prestação
de contas e responsabilidade
pelos seus impactos na socie-
dade) transparência, compor-
tamento ético, respeito pelos
interesses de seus stakeholders,
respeito pelo estado de direito,
respeito pelas normas interna-
cionais de comportamento e
respeito aos direitos humanos.
O documento, que foi
construído em um formato
aberto e participativo, com a
colaboração de 400 especia-
listas de mais de 90 países,
inclusive o Brasil, é aceito atu-
almente em mais de 160 países.
Entre os principais temas estão:
Governança organizacional,
Direitos Humanos, Práticas de
trabalho, Meio ambiente, Práti-
cas leais de operação, Questões
relativas ao consumidor e En-
volvimento e desenvolvimento
da comunidade.
Todas as organizações
podem utilizar a ISO 26000
como norte para seu negócio,
sejam pequenas ou grandes,
públicas ou privadas. Identi-
fique qual Tema sua empresa
precisa trabalhar mais e siga
as orientações dessa Norma.
Por exemplo, avalie se a sua
organização segue um princípio
básico de responsabilidade so-
cial, como o cumprimento das
leis trabalhistas. Todos os seus
funcionários possuem condi-
ções mínimas de trabalho?
Segundo um estudo da Uni-
versidade de Harvard, publicado
no início de 2013, empresas
que instituíram pelo menos três
políticas de responsabilidade
social - conduta ética perante os
funcionários e comunidade; sa-
lários dignos; adesão de práticas
promotoras de diversidade e de
igualdade na empresa; redução
de emissões de carbono; pro-
grama de eficiência energética
e reciclagem; adesão a pactos
e normas etc - tiveram taxa de
retorno superior, patrimônio
valorizado e melhor desempe-
nho em períodos de crises no
mercado e na bolsa.
O chefe da delegação bra-
sileira participante do processo
de elaboração da ISO 26000,
José Salvador da Silva Filho,
afirmou recentemente em
evento na Fiesp, que com uma
gestão eficiente que priorize
a sustentabilidade do negócio
haverá ganhos não apenas para
a organização, mas também
para as partes interessadas,
contribuindo para um bom rela-
cionamento e a legitimidade da
organização na sociedade.
Não há tempo a perder,
a sustentabilidade não é mais
opcional. Ela é um valor, uma
nova forma de fazer negócio,
que precisa ser integrada a toda
gestão da empresa para que
esta possa se tornar mais com-
petitiva e perene. Pois como
diz Bjorn Stigson, presidente
do Conselho Empresarial Mun-
dial para o Desenvolvimento
Sustentável (WBCSD), “não
existem empresas bem sucedi-
das em uma sociedade falida”.
“Empresas que instituíram
pelo menos três políticas de
responsabilidade social tiveram
taxa de retorno superior,
patrimônio valorizado e melhor
desempenho em períodos de
crises no mercado e na bolsa.”
Nilton Bastos
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