Sindicatos em Ação - Edição 35 - Dezembro de 2018 - page 20

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sindicatos em ação
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Apesar das incertezas sobre o destino político do
País, o novo presidente terá o desafio de ativar a
economia por meio de investimentos em infra-
estrutura. A opinião é do presidente do Sindicel
(Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos,
Trefilação de Metais Não Ferrosos do Estado de
São Paulo), Carlos Alberto Cordeiro (Caio).
Ele explica que o setor, nesses últimos oito meses,
andou de lado, o que foi bom porque não conti-
nuou a cair como em 2017. “Mas se compararmos
com 2013 ou com 2014, estamos a anos-luz daque-
la situação. O que posso dizer é que, como ocorreu
em vários outros setores, não houve mudança. O
PIB explica isso: a nossa expectativa era de 3% e já
está em 1,6%, aproximadamente. Um país com a
8ª economia do mundo não pode funcionar com
um PIB de 1%, e mesmo se fosse 3% já seria ruim.”
Até janeiro e fevereiro deste ano houve momen-
tos de esperança em relação à melhoria, mas
quando começaram as questões políticas vieram
também as incertezas. “O empresário não tem
que esperar! Ele tem que agir, participar e soli-
citar. O novo governo terá que resolver a ques-
tão das contas públicas, principalmente o déficit
fiscal previdenciário. Isso ele, ou alguém, não vai
conseguir fazer sozinho, sem o povo ajudar. Ele
terá a tarefa de equilibrar as contas que se dese-
quilibraram ao longo de oito anos, de forma mais
intensa nos últimos dois ou três anos. O congres-
so precisa aprovar as reformas, da previdência e a
fiscal, dentre outras, e isso vai dar trabalho.”
O presidente do Sindicel afirma que a indústria
tem que fazer seu papel. “Na política, nós temos
que estar presentes. Portanto, a indústria é aparti-
dária, mas é política. Como geradora de riqueza, a
indústria precisa funcionar bem e criar empregos.
Não basta estatizar tudo. É preciso saber quem vai
pagar a conta. A indústria tem sofrido as conse-
quências do desequilíbrio causado pelos governos
passados. Queremos e precisamos de um novo fô-
lego para retomarmos o caminho do equilíbrio.”
Tendo atuado diretamente na busca da aprovação
da Reforma Trabalhista, o Sindicel defende que ela
não veio para prejudicar o funcionário, mas para
desatar alguns passivos fiscais e trabalhistas que
existiam. “É dar transparência em relação ao que
se pode fazer. Quando não se sabe o que pode ser
feito, cria-se uma insegurança jurídica terrível.”
Para Caio Cordeiro, o setor atravessou uma tur-
bulência, e sempre que não é possível enxergar à
frente sentimos insegurança pelas coisas e não sa-
bemos para que lado ir. “Só que existe algo: o ser
humano procura ir na direção certa. A democra-
cia dá chance para diversas variáveis e tendências,
mas demora muito para se arrumar; contudo,
quando há liberdade se chega lá.”
Presidente do
Sindicel faz
BALANÇO
D O A N O
Carlos Cordeiro (Caio)
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