Sindicatos em Ação - Edição 22 - Setembro de 2016 - page 21

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sindicatos em ação
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A evolução do câmbio tem causado muitos danos à in-
dústria de transformação no Brasil e, face a isso, várias
considerações têm sido feitas para situar qual seria o
câmbio de equilíbrio no país, porém a principal difi-
culdade reside em definir uma data-base adequada. Se-
gundo o estudo de autoria de Antonio Carlos Teixeira
Álvares, presidente do Siniem (Sindicato Nacional da
Indústria de Estamparia de Metais) e do economista
Guilherme Caldo Moreira, gerente do Depecon (Depar-
tamento de Pesquisas e Estudos Econômicos), apresen-
tado em 22 de agosto na reunião de Diretoria da Federa-
ção das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), uma
data muito adequada seria a do início do Plano Real.
Necessário lembrar que o surgimento do Real come-
çou em 1º de março de 1994 com criação da URV -
Unidade Real de Valor que valia 647,50 cruzeiros reais
(cotação do dólar no dia anterior) que seguiu em evo-
lução diária espelhando o câmbio. Quando finalmente
a moeda real entrou em circulação em 01/07/1994 com
valor da URV de 2.750,00 (cotação do dólar america-
no em 30/06/1994) os valores expressos em cruzeiros
reais foram convertidos na nova moeda na paridade de
R$ 1,00 = US$ 1,00.
O real foi consequência da indexação diária à cotação do
dólar. Esta concepção genial implantou uma espécie de
dolarização total dos preços na economia sem exigir a
substituição da moeda. Assim, os autores consideram que
a data de 30/06/1994 é perfeitamente defensável para o
cálculo da taxa do câmbio de equilíbrio. Com base nesta
premissa, o câmbio foi analisado a partir de 30/06/1994
até 31/07/2016, considerando a inflação brasileira deduzi-
da da inflação norte-americana. A linha em azul no gráfi-
co 1 mostra a variação hipotética do câmbio de equilíbrio
no período. Em 31/07/2016 a cotação do dólar em equi-
líbrio com a da data de criação do real indicava R$ 3,39
por dólar americano. A linha em vermelho mostra, em
contraposição ao câmbio em equilíbrio, a cotação efetiva.
O I MPA C T O
da cotação do
câmbio na indústria de transformação
A evolução histórica do câmbio quando confrontada com a parti-
cipação da indústria de transformação e o PIB, mostra com clareza
no gráfico 2 um desalinhamento ao longo de 11 trimestres entre a
valorização do real e a queda de participação do setor industrial
no PIB brasileiro. Quando ocorre a desvalorização da moeda bra-
sileira, aumenta a participação do setor industrial na geração de
riqueza no país.
No cenário atual de transição política é de fundamental importância
esclarecer as autoridades que a retomada do crescimento econômico
do Brasil passa pela recuperação da indústria de transformação. É
necessário evitar a sobrevalorização do real para preservar o setor
produtivo brasileiro, um dos pilares da soberania da nação.
Fonte: Bacen, IBGE e BLS
Fonte: Bacen e IBGE
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