Sindicatos em Ação - Edição 22 - Setembro de 2016 - page 15

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sindicatos em ação
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Os empresários têm que se unir nos Sindicatos
das categorias, definir uma pauta de reivindica-
ções e ir aos órgãos competentes, sejam eles Mu-
nicipais, Estaduais ou Federais, para que as de-
mandas sejam ouvidas. "Sozinhos somos muito
fracos." A afirmação é feita pelo diretor do Sindi-
carnes (Sindicato da Indústria de Carnes e Deri-
vados no Estado de São Paulo), Mario Benedetti.
Ele diz que desde a Constituição de 1988, é visí-
vel o aumento da carga tributária e de sua com-
plexidade. "Hoje você tem o empresário pequeno,
médio, tendo muito mais trabalho em administrar
todo esse cipoal de impostos, taxas e contribuições
do que cuidando do seu negócio. Nós, dirigentes
de empresas, diante desses desafios, nos senti-
mos muito solitários e acabamos esquecendo que
existem os Sindicatos, que, a exemplo das corporações de
ofício da idade média, unem os empresários e, com essa
união, passam a ter muito mais força para influenciar po-
líticas de estado, além de permitir a troca de experiências
entre os pares."
Na visão de Benedetti o empresário fica tão absorvido
com o dia a dia dos negócios, que esquece de participar e
de contribuir para que os Sindicatos se transformem em
vetores de mudança.
O equilíbrio fiscal é uma das demandas que o Sindicato
deve exigir dos governantes, explica. "Nenhum país do
mundo, família ou empresa sobrevive gastando mais do
que arrecada. O governo precisa atacar esse ponto. Uma
vez conquistado esse equilíbrio, a pauta teria que ser reati-
var o emprego. Então, toda ação que o governo puder fazer
para tornar a contratação de empregados menos onerosa
para as empresas será fundamental."
O aumento contínuo da carga tributária acabou por refle-
tir diretamente no perfil das empresas do setor de embuti-
dos no estado de São Paulo. O diretor do Sindicarnes conta
que sobraram em São Paulo poucas empresas familiares, de
atuação regional. "Os grandes grupos já saíram do estado,
aproveitando isenções e incentivos de estados concorrentes.
Infelizmente a estrutura fiscal aqui é muito desfavorável.
Nós, que somos empresas pequenas diante dos gigantes, não
temos outra alternativa. Para nós não é possível mudar para
Goiás ou Mato Grosso, nosso mercado consumidor é aqui,
nossa marca é reconhecida aqui. Vamos sobrevivendo, mas
em condições de competitividade muito ruins."
Como exemplo cita o fato do ICMS ter duas alíquotas di-
ferentes, uma menor na entrada (crédito) e outra maior
na saída (débito), acarretando aumento de preço ao con-
sumidor, o que não acontece nos produtos fabricados fora
do estado. "O Estado tem que se conscientizar de que ele
não cria riqueza, quem cria riqueza é o empreendedor. "Se
você sufoca o empreendedor, sufoca toda a economia."
EMP R E S Á R I O S
precisam se unir nos sindicatos
Mario Benedetti
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