Sindicatos em Ação - Edição 14 - Maio de 2015 - page 27

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O Brasil ainda é dependente da importação de pes-
cado, tanto na indústria quanto no varejo. Embora
o país esteja montando uma base aquícola sólida,
além de criar marcos importantes para o restabe-
lecimento da pesca extrativa, não é possível dizer
que o país será auto suficiente em pouco tempo.
Tal condição faz com que o mercado seja um dos
mais atingidos, no segmento alimentício, com a
alta do dólar, explica o presidente do Sipesp (Sin-
dicato da Indústria da Pesca no Estado de São
Paulo), Roberto Imai. Números da Federação
do Comércio indicam que os pescados subiram
10,5% em relação ao ano passado, justamente no
período da Páscoa, um dos melhores feriados
para o setor pesqueiro.
Vale lembrar que o dólar sofreu os maiores au-
mentos justamente nesse período, derrubando
ainda mais as vendas no setor. Somente o baca-
lhau subiu em média 40%. Enquanto para alguns
setores essa alta do dólar serve de estímulo para a
exportação, a indústria de pesca nacional tende a
amargar período muito difícil, já que não dispõe
de produção suficiente nem para o consumo in-
terno, muito menos para exportação.
Por outro lado, o preço da sardinha, peixe mais
popular, teve uma redução de 56% no mesmo pe-
ríodo. Para Imai é importante buscar competiti-
vidade na indústria nacional, não apenas contra
os importados, mas também em relação as outras
proteínas animais, como aves e bovinos. "Dentro
do nosso enorme mercado consumidor, apenas
o pescado, crustáceos e moluscos são tributados
pelo ICMS, sendo que os crustáceos e moluscos
também pagam os impostos Federais", lembra.
Os efeitos do dólar na
P E S C A
O presidente do Sindicato reclama ainda dos im-
postos acumulados na cadeia produtiva. "Bovinos,
aves e suínos estão desonerados, o pescado não. Ou-
tra questão está voltada para uma política de longo
prazo de desenvolvimento sustentável".
Imai reforça ainda que as principais nações pesquei-
ras tem na pesca um vetor de crescimento e desen-
volvimento econômico, diferentemente do Brasil,
onde a pesca está mais focada no aspecto social do
que no econômico. "Essas nações pesqueiras vão
além da sua zona econômica exclusiva, pescando
em águas internacionais. O Brasil teve a chance de
figurar entre estas nações, mas os entraves burocrá-
ticos e trabalhistas são enormes e continuamos a so-
brexplotar a nossa fauna marinha costeira, deixan-
do de lado os peixes oceânicos, sendo que muitos
desses peixes se alimentam de nossa fauna costei-
ra. Logo, o Brasil tem potencial, mas não tem dado
muita importância para isso".
Roberto Imai
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