Sindicatos em Ação - Edição 14 - Maio de 2015 - page 32

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sindicatos em ação
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Finalmente as autoridades governamentais coloca-
ram como prioridade atender ao anseio da popula-
ção por melhores condições de transporte urbano.
Porém, existem divergências em todos os agentes
com relação à utilização dos modais mais adequa-
dos na matriz de transporte.
No que tange ao modal VLT (Veículo Leve sobre
Trilhos), ele tem o seu lugar na matriz de transpor-
te, e hoje está sendo distorcido com a panacéia na
implantação de BRTs (Bus Rapid Transit) no Brasil.
Nesse sentido, citando o artigo publicado no jornal
“Valor Econômico” de 13/04/2015 – Prós e contras
do BRT carioca, por quem entende de BRT, no qual
o diretor do Centro Internacional de Excelência em
BRT do Chile, Juan Carlos Munóz, afirma: “... se, por
exemplo, houver uma pista por direção sem pontos
de ultrapassagem, para 30 mil passageiros por hora,
o BRT não dá conta”. É o que está sendo constatado
nos BRTs recentemente inaugurados no Rio de Ja-
neiro, que já apresentam uma superlotação.
Pelo seu sistema de controle e operação, o VLT, con-
trariamente ao BRT, não passa do ponto, não fura
sinal e não anda acima da velocidade, pois tudo isso
independe da vontade do condutor. Além disso, a
sua capacidade de transporte é duas vezes superior
a do BRT e o seu acesso nos pontos é facilitado pelo
número e dimensão das portas, inclusive, para os
portadores de necessidades especiais.
No Brasil, o primeiro sistema a utilizar o VLT é a
Baixada Santista (São Paulo) que está em pré-ope-
ração. Entretanto, esse modal está sendo utilizado
em mais de 400 cidades do mundo. Outra vanta-
gem desse sistema é que nas cidades onde foi im-
plantado houve uma revitalização do entorno que
estava deteriorado.
Do ponto de vista operacional e de segurança de
circulação, o VLT necessita de menor ordem de
intervenção na malha viária existente, e toda a
operação é praticamente independente de qual-
quer imprudência do condutor, diferentemente
do modal BRT.
A bilhetagem eletrônica, se empregada seja no
BRT como no VLT permite o ordenamento na
arrecadação e na supervisão do controle na uti-
lização do modal.
Temos também que falar no novo modal, pio-
neiro no mundo que é o Aeromóvel. Este modal
atua em uma faixa de demanda abaixo do VLT.
Sua primeira implantação foi em Porto Alegre,
tendo já transportado mais de 2 milhões de pas-
sageiros, sem nenhuma interrupção.
O grande interesse nesse modal e, não só pela sua
confiabilidade e disponibilidade, mas também
pelo seu baixo custo de implantação e operacional
e pouca interferência na malha urbana, se compa-
rado com qualquer outro sistema de transporte.
Certamente, esse modal será uma revolução
para a solução do atendimento de transporte
dos corredores alimentadores de outros siste-
mas estruturantes.
Massimo Andrea Giavina-Bianchi é Vice-presidente
do Simefre (Sindicato Interestadual da Indústria de
Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários)
Simefre e a mobilidade urbana no
B R A S I L
Massimo
Giavina-Bianchi
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