Sindicatos em Ação - Edição 06 - Dezembro de 2013 - page 5

sietex
pág. 5
SETOR TÊXTIL PROTESTA CONTRA
IMPORTAÇÕES
O Sietex (Sindicato das In-
dústrias de Especialidades Têx-
teis do Estado de São Paulo)
viveu um momento emblemá-
tico no último mês de outubro.
Cansado de conviver com a
concorrência desleal, o Sindi-
cato participou de um protesto
organizado em conjunto com
várias entidades representantes
dos trabalhadores, Federações
e Confederações.
O protesto aconteceu na
entrada da GoTex Show, Feira
Internacional de Produtos Têx-
teis, no Anhembi, em São Pau-
lo. O “Grito de Alerta”, como
foi denominado o movimento,
teve por objetivo chamar a
atenção para o aumento das
importações, principalmente
da China e Índia, e consequen-
temente o crescimento das
demissões do setor no Brasil,
em virtude do fechamento de
fábricas.
Durante discurso no carro
de som, o presidente do Sietex,
Paulo Henrique Schoueri
destacou que nossa indústria
têxtil, que até pouco tempo era
superavitária, com uma balança
comercial positiva, hoje tem
um déficit de R$ 6,4 bilhões.
“O governo tem que acordar, as
nossas indústrias fizeram a li-
ção de casa e mesmo assim não
conseguimos competir. Tem
alguma coisa errada e não é das
nossas fábricas para dentro, nós
todos sabemos que é da fábrica
para fora”.
Segundo Schoueri núme-
ros do IBGE (Instituto Brasilei-
ro de Geografia e Estatística),
apontam uma redução de 55
mil postos de trabalho desde
o início do ano. “Estamos
perdendo empregos para os
asiáticos e a culpa não é deles.
Seus governos sabem o que
querem, nosso governo não”.
Bandeiras
O Sindicato também
se mobilizou para levan-
tar a questão das bandeiras
brasileiras que estão sendo
produzidas na China, para a
Copa do Mundo, sem obedecer
qualquer regra. A confecção de
uma bandeira do Brasil obede-
ce regras rigorosas, algumas
até impostas por lei, por se
tratar de um símbolo nacional.
“Não é possível permitirmos
uma avalanche de produtos to-
talmente sem padrão”, afirma
Schoueri.
Ele lembra que as indús-
trias nacionais trabalham há
muito tempo para normati-
zar o produto. “Justamente
quando esse trabalho entrou
em fase de conclusão, fomos
surpreendidos com a notícia
da produção de “cacarecos”
para a Copa, e dentre os quais
se encontram as bandeiras,
que são um símbolo nacional.
No nosso entender as bandei-
ras não são propriedade de
nenhuma competição, de modo
que não poderiam estar entre
os itens”.
Sindicalistas durante
protesto no carro de som
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