Sindicatos em Ação - Edição 06 - Dezembro de 2013 - page 3

artigo
2013, O ANO QUE
NÃO TERMINOU
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Estamos encerrando um ano
em que a economia e a indústria
cresceram abaixo do que esperá-
vamos. E um cenário de dúvidas
e incertezas indica que 2014 pode
não ser o ano da retomada que o
Brasil precisa para resgatar a sua
competitividade.
Aprevisão para 2014 é de que
nossa economia se mantenha em
ritmo letárgico, com crescimento
bem abaixo do que o projetado
pelo FMI para a economia global
- ou seja: 2,% no Brasil contra a
média mundial de 3,6%.
E não podemos deixar de
considerar fatores adicionais, que
podem agravar a situação, como a
normalização da política monetá-
ria norte-americana, que deve se
consumar ainda no 1º semestre do
próximo ano.
Adesaceleração do ritmo dos
investimentos em 2013 é um sinal
de alerta para o Brasil de 2014.
De trajetória ascendente no início
do ano, com expansões seguidas
de 4,2% no 1º trimestre e 3,6%
no 2º trimestre, perdeu o fôlego
e apresentou queda de 2,2% no
3º trimestre. Resultado: perda de
confiança dos empresários, com
uma boa pitada de desânimo.
Mas as incertezas não ficam
por aí. Até onde vai o ciclo de ele-
vação da taxa de juros? Como vai
se comportar a inflação? O dólar
vai se manter equilibrado num pa-
tamar favorável à competitividade
do Brasil? O programa de investi-
mentos em infraestrutura e logística
vai deslanchar? Mercosul e União
Europeia conseguirão fechar o
acordo de livre comércio?
Há poucos motivos para
acreditar que a indústria de trans-
formação apresente algum tipo de
melhora significativa em relação ao
cenário de 2013. Acarga tributária
permanecerá elevada, a burocracia
para pagar impostos será a mesma
e a precariedade da infraestrutura
não se resolverá a curto prazo, mes-
mo que seja bem sucedido o pro-
grama de concessões. Infelizmente
não dá para esperar que ocorra
subitamente um choque de gestão,
ou que se resolva fazer reformas
estruturais em ano de eleições.
Mesmo uma eventual reto-
mada da economia mundial, com
o Real mais desvalorizado, que
pode trazer algum alívio para a
exportação de manufaturados, não
será suficiente para levar a nossa
indústria a um crescimento mais
vigoroso. Aprevisão é de que a
indústria de manufaturados encerre
2013 com crescimento de apenas
2,4%, índice que evidentemente
não compensa a queda de 2,2%
registrada em 2012.
Em 2013, o humor político
influenciou a economia. Tivemos
um ano de desempenho que não foi
esplendoroso, mas que de forma
nenhuma representou um ano de
caos. A realidade foi morna, muito
aquém do que o Brasil deseja e
merece. Anossa única chance de
mudar todo esse cenário é ter os
pés bem firmes no chão e continuar
lutando pelas grandes causas da
indústria. Como fizemos nas
campanhas pelo fim da CPMF, pela
Energia a Preço Justo, pela redução
de impostos federais nos produtos
da cesta básica e pela moderniza-
ção dos portos.
O Brasil precisa da sua
indústria tanto quanto a indústria
do Brasil. Os sindicatos de nossa
base nos alimentam de informa-
ção e revitalizam nossas forças.
Vamos a 2014!
Paulo Skaf
Paulo Skaf
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