Sindicatos em Ação - Edição 03 Junho de 2013 - page 6

sindmilho
PAÍS PRECISA MELHORAR A
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE
pág. 6
Hideyo Uchinaka
O SindMilho & Soja
(Sindicato da Indústria do Milho,
Soja e seus Derivados no Estado
de São Paulo), está trabalhando
em diversas áreas de atuação em
prol de seus filiados. Desde os
serviços básicos pertinentes ao
patronato (assessoria jurídi-
ca, comunicação, assessorias
técnicas, assessoria parlamentar,
acordos coletivos), bem como em
projetos, de âmbito nacional, em
defesa da categoria.
Entre os temas principais,
a preocupação com a logística,
infraestrutura e o transporte.
O preço do frete triplicou entre
2003 e 2011. No período 2012 -
2013, o Brasil teve uma super-
safra de grãos e o frete teve uma
participação ativa na inflação
dos alimentos. Os investimentos
em ferrovias, realizados até hoje,
não resolveram nem mesmo a
finalização desse fundamental
canal de transportes. Matérias pi-
pocam na imprensa com notícias
sobre a lentidão e forma duvidosa
da aplicação do dinheiro público.
O Tribunal de Contas da União
vem investigando e comprovando
o descaso com os recursos finan-
ceiros investidos pelo governo.
Diversos problemas nas obras das
ferrovias fazem com que o modal
rodoviário continue tendo a maior
participação (com maior custo)
no escoamento da produção.
O presidente do SindMilho
& Soja, Hideyo Uchinaka, ressal-
ta que o custo-Brasil, entrave para
tornar a indústria competitiva,
contempla uma bela fatia de custo
de transportes, que poderia ser in-
finitamente menor se os megapro-
jetos, que se encontram em an-
damento por décadas, estivessem
finalizados. Um dos exemplos é
a ferrovia Norte-Sul. Se estivesse
pronta em todos os setores, não
haveria engarrafamentos na
entrada dos portos. Amaioria dos
caminhões que está no pátio de
espera do porto de Santos saiu do
norte do Mato Grosso. A lavoura
brasileira é uma das mais eficien-
tes do mundo, produzindo melhor
ou mais barato, mas toda essa
eficiência vai por água abaixo
depois de dois mil quilômetros
na estrada. De acordo com alguns
processadores de soja, o custo do
frete consome em torno de 30%
do preço da leguminosa.
A dificuldade não é só fazer
a soja chegar ao porto, mas
embarcá-la nos navios. O Brasil
não tem berços suficientes, quer
dizer espaço e estrutura para
carregar os navios. A espera é,
em média, de uma semana, com
custos aproximados de R$ 60 mil
por dia. O Brasil, entre os países
do Bric´s está em último lugar em
qualidade de portos e ferrovias.
Uchinaka lembra que por
causa do atraso no carregamento
dos navios, a China cancelou
a compra de dois milhões de
toneladas de soja este ano.
“Assisti uma matéria especial, na
televisão, sobre os problemas na
infraestrutura do Brasil. O que
mais me chamou a atenção foi
que um trem de 80 vagões é des-
carregado em 8 horas. Pela estra-
da, a mesma carga precisaria de
240 caminhões com 60 horas de
descarga. Só esse exemplo mostra
como perdemos a competitivida-
de. O Brasil precisa de projetos
consistentes e um choque de
melhoria na infraestrutura. Caso
contrário, continuaremos menos
competitivos, atendendo somente
ao mercado interno e com preços
cada vez mais inflacionados”.
Esta triste realidade vem
sendo tratada pelo SindMilho
com contatos diretos com as auto-
ridades, na busca da redução de
custos às empresas representadas.
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