Sindicatos em Ação - Edição 25 - Abril de 2017 - page 6

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sindicatos em ação
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Sindicato Nacional da Indústria de Café Solúvel
As exportações brasileiras de café solúvel acumulam
queda de 26,4% em volume no primeiro bimestre
de 2017 frente ao mesmo intervalo do ano passado.
Foram remetidas 428.640 sacas de 60 kg ao exterior,
contra as 582.317 no primeiro bimestre de 2016. Em
receita, as perdas do setor chegaram a 10,92% (US$
9,444 milhões), com as remessas movimentando
US$ 77.063.975,34 ante US$ 86.508.078,72 nos dois
primeiros meses do ano passado.
Segundo análise do Sincs (Sindicato Nacional das
Indústrias de Café Solúvel) e da Associação Brasi-
leira da Indústria de Café Solúvel (Abics), o setor
vive um momento angustiante e de incertezas de
abastecimento do café robusta, tanto que a queda
ocorrida nesse primeiro bimestre reflete o pior re-
sultado dos últimos 15 anos.
As entidades entendem que, caso não haja oferta de
café conilon nacional para realizar negócios futuros
no exterior, provavelmente perderão esses compra-
dores, o que refletirá diretamente na renda dos pro-
dutores do Brasil, pois o cliente perdido pelas in-
dústrias brasileiras também representará perda aos
cafeicultores, provavelmente de forma irreversível,
já que implicará redução na demanda.
Uma alternativa identificada nesse contexto de
escassez de oferta do conilon foi a realização
de leilões de compra de robusta por parte das
indústrias, através do Sistema Eletrônico de Co-
mercialização da Companhia Nacional de Abas-
tecimento (Conab). No entanto, o primeiro pre-
gão, em 22 de março, para oferta de 213,5 mil
sacas, terminou sem negócios realizados por
falta de interessados em vender o produto.
Sincs e Abics revelam que, mesmo com registro
de preços acima do mercado, os produtores re-
sistiram a comercializar, o que evidencia a ques-
tão de aperto de mercado. Como exemplo, um
dos lances foi de R$ 472 reais por saca, mais de
R$ 20 acima dos valores praticados no mercado
físico.
A oferta de robusta está apertada no Brasil des-
de 2016, refletindo o impacto de severas secas
por três anos, em especial no Espírito Santo,
principal produtor da variedade. Assim, Sincs e
Abics entendem que, não havendo oferta, con-
sequentemente não haverá alternativa a não ser
a autorização para a importação em regime de
drawback. Isso porque, se não forem adotadas
medidas em prol das indústrias, perdem todos,
do consumidor, com aumento dos preços no
produto final, ao produtor, com redução da de-
manda em função da perda de market share.
I N D Ú S T R I A S
de café solúvel têm pior
bimestre dos últimos 15
anos no Brasil
1,2,3,4,5 7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,...36
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