Sindicatos em Ação - Edição 25 - Abril de 2017 - page 4

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sindicatos em ação
| abril 2017
Paulo Skaf
crédito: Ayrton Vignola Jr. /Fiesp
Inédita na história das finanças públicas brasilei-
ras, a regra que limita o crescimento de gastos é
realidade em outros países. A importância do
Novo Regime Fiscal e os motivos que embasaram
sua aprovação só pode ser entendida se olharmos
para o comportamento das finanças públicas nos
últimos anos. Entre 1997 e 2015, as despesas do go-
verno federal cresceram, em termos reais, 6,1% ao
ano, enquanto o PIB cresceu em média 2,6%. Ou
seja, as despesas cresceram numa velocidade mais
de duas vezes maior do que a economia nacional,
que é a própria base para arrecadação de impostos.
Essa situação é obviamente insustentável.
Para fechar as contas, o governo quase sempre
apelava para criação de impostos ou para aumen-
to de alíquotas dos tributos existentes. Esse foi o
caso da CMPF e do PIS/COFINS, por exemplo.
Além disso, o processo de formalização no mer-
cado de trabalho e o boom de commodities tam-
bém contribuíram para que a arrecadação do go-
verno crescesse.
Quando a economia brasileira começou a desace-
lerar, em 2014, ficou evidente a insustentabilidade
do crescimento das despesas. O resultado primá-
rio do governo federal, que nos anos anteriores
esteve na faixa dos R$ 70 bilhões positivos, se
transformou num déficit de R$ 170,5 bilhões. A
dívida bruta, que equivalia a 53% do PIB no início
de 2014, deve encerrar 2016 perto de 74% do PIB.
O ajuste fiscal é absolutamente necessário, mas a
sociedade brasileira não admite que seja realiza-
do, de novo, pelo aumento de impostos. Se não
for corrigida a trajetória das despesas públicas,
dificilmente poderemos pensar em crescimento
econômico nos próximos anos, já que a incerte-
za sobre a viabilidade fiscal do Estado brasileiro
continuará afastando investimentos. E a indústria
brasileira precisa de confiança na economia para
investir, crescer, gerar empregos e contribuir po-
sitivamente com o crescimento do Brasil.
Nossos sindicatos filiados estão conscientes de
seu importante papel como atores nesse contexto,
fornecendo subsídios para que nossas interven-
ções sejam sempre positivas e alinhadas com esse
novo momento.
Paulo Skaf,
presidente da Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo, Fiesp e do Ciesp,
Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.
Nossos sindicatos
filiados estão
conscientes de seu
importante papel
como atores nesse
contexto, fornecendo
subsídios para que nossas intervenções
sejam sempre positivas e alinhadas
com esse novo momento.”
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