Sindicatos em Ação - Edição 22 - Setembro de 2016 - page 4

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sindicatos em ação
| setembro 2016
Paulo Skaf
crédito: Ayrton Vignola Jr. /Fiesp
Uma das demonstrações de que o otimismo começa a tomar conta
do setor é o Índice de Confiança do Agronegócio, que fechou o se-
gundo trimestre de 2016 em 102,1 pontos, uma alta de 19,4 pontos
em relação ao trimestre anterior. É o maior aumento desde que o
indicador começou a ser medido, no final de 2013, e que recoloca o
setor na faixa acima de 100 pontos, considerada otimista, algo que
não ocorria desde 2014. O índice atual está no mesmo patamar do 1º
trimestre de 2014, quando as expectativas em torno do agronegócio
começaram a entrar em curva descendente.
Este índice mede a confiança dentro e fora das fazendas, antes e
depois das colheitas e afeta diretamente todos os elos de produção
envolvidos reverberando além da agroindústria, diversos setores
desde produtores de insumos, até máquinas e equipamentos.
Não resta dúvida de que essa melhora mostrada no último trimestre se
deve principalmente a uma combinação entre os bons preços das com-
modities agrícolas e a melhora na percepção da economia brasileira.
Claro que uma visão mais positiva a respeito das condições ge-
rais do país, com a perspectiva de mudanças e de ajustes que se
faziam urgentes, impulsionou o avanço nos índices de confiança,
tanto dos produtores agropecuários, quanto das indústrias.
Houve melhora significativa na percepção das empresas em rela-
ção às condições do setor. Com uma troca favorável em relação
aos principais produtos agrícolas, como soja e milho, os fabri-
cantes de adubos e defensivos têm conseguido antecipar com os
produtores a negociação de insumos para a próxima safra de ve-
rão. Mesmo os fabricantes de máquinas agrícolas começam a dar
sinais positivos: embora o setor ainda esteja longe de se recuperar
dos dois últimos anos de forte retração.
Os números mostram que a percepção com relação à situação
atual melhorou menos do que suas expectativas para o futuro.
Claro que ainda temos que lidar com muitos problemas, como a
questão cambial, a alta taxa de juros que encarece o crédito, e com
questões de logística e infraestrutura no Brasil. Mas o importante é
que já demos o primeiro passo. Antes estagnados, agora podemos
voltar a pensar no futuro e trabalhar para que a economia retome
seu fôlego, para que os brasileiros possam olhar com mais tranqui-
lidade para o dia de amanhã.
Paulo Skaf,
presidente da Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo, Fiesp e do Ciesp,
Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.
o importante
é que já demos
o primeiro
passo. Antes
estagnados, agora
podemos voltar a pensar
no futuro e trabalhar
para que a economia
retome seu fôlego...”
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