julho 2015 |
        
        
          sindicatos em ação
        
        
          |
        
        
          19
        
        
          É preciso lembrar que a estrutura tarifária brasi-
        
        
          leira ainda é aquela implementada pela Reforma
        
        
          Tarifária de 1991 e pela negociação da TEC (Tari-
        
        
          fa Externa Comum) no Mercosul e sofreu somen-
        
        
          te pequenas alterações.
        
        
          Para alcançar os objetivos do estudo, foram fei-
        
        
          tas análises em relação à tarifa de importação
        
        
          nominal e à tarifa de importação efetiva. Primei-
        
        
          ramente, buscou-se a caracterização autêntica da
        
        
          tarifa nominal e, para isso, é preciso considerar as
        
        
          exceções vigentes e a incidência de preferências
        
        
          comerciais. A proteção nominal foi analisada de
        
        
          acordo com a aplicação das etapas de transforma-
        
        
          ção das cadeias produtivas, conhecida como “es-
        
        
          calada tarifária”, na qual as tarifas nominais au-
        
        
          mentam de acordo com o grau de beneficiamento
        
        
          e transformação dos produtos.
        
        
          Contudo, a análise da tarifa nominal não é sufi-
        
        
          ciente, é preciso analisar também a proteção de
        
        
          um setor relativa aos demais setores. A estimativa
        
        
          da proteção efetiva considera as diferenças entre
        
        
          a proteção incidente sobre os bens finais e aque-
        
        
          la incidente sobre os insumos e, assim, permite
        
        
          identificar a estrutura relativa de incentivo entre
        
        
          os setores da economia.
        
        
          Com base nas análises das tarifas nominal e efeti-
        
        
          va, o trabalho pôde identificar alguns problemas na
        
        
          estrutura tarifária. O principal problema identifica-
        
        
          do é em relação aos bens intermediários. O estudo
        
        
          demonstra que importantes setores que produzem
        
        
          bens intermediários apresentam tarifas efetivas re-
        
        
          lativamente próximas àquelas dos setores de bens
        
        
          finais que as utilizam. Como o setor de bens inter-
        
        
          mediários produz insumos para diversas indústrias,
        
        
          a tarifa elevada para esses bens acaba por compro-
        
        
          meter a competitividade do setor usuário.
        
        
          O estudo, portanto, retrata a atual estrutura de pro-
        
        
          teção nominal que pouco incentiva a ocorrência de
        
        
          escalada tarifária de importantes cadeias. Assim, é
        
        
          urgente a revisão da atual estrutura tarifária brasi-
        
        
          leira para que se possa adequá-la aos objetivos de
        
        
          fortalecimento dos elos de maior valor agregado.
        
        
          Como prioridade, o estudo recomenda que a revi-
        
        
          são da tarifa nominal deveria começar pelos insu-
        
        
          mos industriais em virtude de seus efeitos multipli-
        
        
          cadores sobre a indústria brasileira.
        
        
          1 - CASTILHO, M. (2015). “A estrutura recente de
        
        
          proteção nominal e efetiva no Brasil”. Rio de Janeiro: UFRJ