Sindicatos em Ação - Edição 04 Agosto de 2013 - page 3

artigo
UMA CRUZADA DE TODO O BRASIL
pág. 3
Paulo Skaf
Ayrton Vignola/Fiesp
Muitas conquistas têm sido
alcançadas nos últimos anos e
muitas outras estão em compasso
de espera. O Brasil atingiu um
elevado grau de maturidade em sua
democracia. O respeito às institui-
ções é visível. Hoje, a população
vai às ruas acreditando que o poder
público pode atender ao seu clamor
e mudar as diretrizes, sem qualquer
ameaça de ruptura institucional
como ocorria no passado.
AFiesp – Federação das
Indústrias do Estado de São
Paulo – tem cumprido seu papel
neste cenário de grandes anseios
e questionamentos, com estudos,
projetos e propostas concretas
enviados aos governos de todas as
esferas. São proposições baseadas
em análises consistentes, feitas por
um corpo técnico de alto nível com
foco no desenvolvimento de nossa
economia, na geração de empregos
e no fortalecimento da indústria de
transformação.
É com o apoio e partici-
pação de nossos sindicatos que
todos estes estudos e análises são
elaborados, avaliados e apresenta-
dos às autoridades constituídas, na
mais legítima defesa dos interesses
setoriais da produção. Vejamos o
caso da indústria de transformação,
por exemplo, que já teve uma par-
ticipação de 27% do PIB do Brasil
e hoje tem apenas 15%. Aperda de
competitividade deste importante
setor tem reflexos diretos sobre os
investimentos, já que provocam
a deterioração da confiança do
empresariado, fazendo com que
este adie seus projetos.
Nossa luta, contudo, não é
por políticas protecionistas, como
fechar fronteiras ou algo parecido.
Precisamos, sim, unir esforços
para criar aqui condições de com-
petitividade semelhantes às que
os nossos principais concorrentes
têm. Reduzir nossos gargalos
de infraestrutura, e bem como
reduzir, simplificar e modernizar
a burocracia tributária é funda-
mental para que o Brasil avance.
É importante acabar definitiva-
mente com o acúmulo de créditos,
eliminar a tributação em cascata
de tributos e unificar os tributos
sobre valor adicionado e renda. As
medidas de curto prazo que têm
sido adotadas são fundamentais,
mas o que precisamos, de fato, é
de planejamento de longo prazo
que dê segurança a todos os seto-
res da indústria, aos investidores e
à economia em geral.
A falta de competitividade
da nossa indústria não está da
porta para dentro, mas da porta
para fora das fábricas. Essa
é a grande questão. Nossas
indústrias estão preparadas para
garantir a competitividade do
Brasil desde que num ambiente
justo. O Brasil tem fábricas
modernas e bem equipadas, que
geram milhões de empregos,
contam com gente capacitada,
pagam bons salários, oferecem
excelentes benefícios e colabo-
ram decisivamente para que as
famílias tenham uma renda e
um futuro melhores.
A competitividade, portan-
to, precisa ser uma cruzada de
todo o Brasil.
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