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sindicatos em ação
| outubro 2018
Paulo Skaf
Os empreendedores das startups são jovens e têm alto grau de es-
colaridade ou especialização. Pesquisa da Fiesp mostra que cerca
de 53% dos empreendedores têm pós-graduação e 62% têm idade
até 44 anos. Além disso cerca de 33% dos startups já existem há
mais de 3 anos e pretendem investir este ano.
Tocado por jovens, o ecossistema brasileiro das startups já se pro-
vou maduro, atraindo investidores e grandes empresas. Prova do
sucesso delas é que o Brasil já tem seus primeiros “unicórnios” –
termo usado para as startups que valem mais de US$ 1 bilhão (caso
do aplicativo de mobilidade 99 e da Nubank). E a tendência é que
novos gigantes surjam.
Característica interessante das startups é que elas tanto podem ofe-
recer serviços e produtos diretamente para os consumidores finais
quanto criar soluções para outras empresas, de qualquer porte. É
muito mais fácil para uma empresa contratar uma startup – que já
tem um negócio pronto e consolidado – para atender a um desafio
específico do que desenvolver internamente uma solução.
Ao se aproximar de startups, as empresas ganham mais capacidade
de conhecer e absorver inovação e novas tecnologias que podem
afetar seu modelo de negócio. A agilidade das startups combina
com a velocidade das mudanças trazida pela quarta revolução in-
dustrial, a Indústria 4.0, que exige a integração das tecnologias físi-
cas e digitais em todas as etapas do processo produtivo. No mundo
inteiro é um caminho sem volta – e para não ficar para trás as
empresas brasileiras precisam se conectar às startups.
Os empresários da indústria sabem disso e não estão parados. Ape-
sar de todas as turbulências da economia, as indústrias têm busca-
do fomentar parcerias com startups. Segundo a ABDI, responsável
pela iniciativa nacional “Conexão Startup-Indústria”, 22% das in-
dústrias já negociaram (compra e venda) com startups e 21% delas
estão se preparando para ter relações comerciais com startups.
Neste ambiente cada vez mais desafiador para a indústria – em
que novas tecnologias e novos modelos de negócios surgem a todo
momento e onde tudo e todos estão mais conectados – a integra-
ção às startups é fundamental. Ela permite fomentar a inovação e
intensificar o uso da tecnologia, gerando empregos qualificados e
com efeito multiplicador na economia e na própria sociedade.
Paulo Skaf
Presidente da Federação e do Centro das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp)
No mundo
inteiro
é um
caminho
sem volta – e para
não ficar para trás as
empresas brasileiras
precisam se conectar às
startups."
