Sindicatos em Ação - Edição 33 - Agosto de 2018 - page 4

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sindicatos em ação
| agosto 2018
José Ricardo Roriz Coelho
José Ricardo Roriz Coelho
é presidente em exercício da Fiesp e do Ciesp
Pesquisa realizada pela Fiesp revela que se a tabela
do frete for mantida, 55,3% das empresas preten-
dem repassar para o preço dos produtos, integra
ou parcialmente, o aumento do custo de transpor-
te. A elevação de custos já tem impacto sobre as
empresas pesquisadas. Metade (50,1%) sentiu au-
mento do preço de insumos quando o valor do fre-
te é pago pelo fornecedor. O impacto foi de 2,0%
sobre o gasto com insumo das empresas.
Por conta do fraco desempenho da economia, o
repasse ocorre num momento em que as indús-
trias paulistas estão com pouca margem para ab-
sorver mais este aumento do preço do frete sem
repassar para seus produtos. Segundo o estudo,
24,5% das empresas projetam redução das vendas
de seus produtos, em até 1,7%. Para que essa queda
não seja maior, 14,2% deram desconto no valor de
seus produtos quando o frete é pago pelo cliente. O
desconto representou 0,5% sobre as vendas.
A pesquisa aponta também que 59,5% das empre-
sas pesquisadas não possuem frota própria para
coleta ou entrega de produtos. E, das 39,1% que
possuem frota própria, apenas 28,2% afirmaram
que sua frota atende totalmente a necessidade de
frete da empresa.
Num país que tem centenas de milhares de cami-
nhoneiros concorrendo naturalmente pela carga
a ser transportada, esse tabelamento artificial fere
o princípio da livre-iniciativa e deve tornar ainda
mais lenta a retomada do crescimento.
Em vez de ser uma solução definitiva, o tabela-
mento do frete se tornou uma dor de cabeça ter-
rível para o setor produtivo – e por tabela, para
toda a sociedade.
Segundo o
estudo, 24,5%
das empresas
projetam
redução das
vendas de seus
produtos, em até 1,7%. Para
que essa queda não seja maior,
14,2% deram desconto no valor
de seus produtos quando o frete
é pago pelo cliente.
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