Sindicatos em Ação - Edição 27 - Setembro de 2017 - page 4

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sindicatos em ação
| setembro 2017
Paulo Skaf
crédito: Ayrton Vignola Jr. /Fiesp
Nos últimos meses, tenho me preocupado em ouvir os em-
preendedores brasileiros para entender o quanto os índices
de recuperação da economia do país têm se refletido no dia
a dia dos negócios. Afinal, de nada adianta o empresário ver
no noticiário que a inflação está sob controle e que o poder de
compra do consumidor está aumentando se ele não consegue
perceber isso nas suas vendas e encomendas. Sabemos que o
tempo de reação da economia não é imediato, principalmente
depois de anos de decisões equivocadas, mas é preciso enten-
der se estamos de fato no rumo certo.
As respostas que recebo são animadoras. Já não há mais dispo-
sição em demitir, pelo contrário: as empresas estão mantendo
seus funcionários e algumas já pensam em ampliar o quadro
de pessoal. O faturamento, que já havia parado de cair, agora
começa a crescer. Também recebo boas notícias de muitos em-
preendedores que se viam sem saída, voltaram a enxergar luz
no fim do túnel.
Há também outro fator positivo para os empresários: a apro-
vação da reforma trabalhista deve trazer uma nova realidade
para as micro e pequenas empresas – que, como já apontei, são
as responsáveis pelo maior volume de empregos criados nos
últimos meses. Sem os entraves de uma legislação desgarrada
da realidade, como é a atual, creio que essa tendência vai se
tornar mais forte e os trabalhadores, por sua vez, terão maior
segurança jurídica.
Há um ditado que diz que a diferença entre o remédio e o
veneno é a sua dose, e em economia isso faz todo o sentido.
Todos nós sabíamos que seria preciso apertar os cintos, que
o governo precisaria trabalhar com eficiência para reduzir
gastos e também para encontrar fontes de recursos, como as
concessões e o reparcelamento de dívidas tributárias. Essa é
a dose certa. O veneno é extrapolar esse ajuste nas contas,
partindo para a criação de mais impostos ou aumentando
a alíquota de produtos que atingem diretamente o bolso do
consumidor, como os combustíveis. Essa não é a saída que
queremos. Por isso, faço todo esse balanço: não quero aqui
enxergar um copo “meio cheio”, mas sim deixar claro que, no
nosso entendimento, o Brasil está seguindo o rumo certo e
nós não podemos nos desviar.
Paulo Skaf
Presidente da Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo, Fiesp, e do Centro das Indústrias
do Estado de São Paulo, Ciesp
Todos nós
sabíamos que
seria preciso
apertar os
cintos, que o
governo precisaria trabalhar com
eficiência para reduzir gastos e
também para encontrar fontes
de recursos, como as concessões
e o reparcelamento de dívidas
tributárias."
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