Sindicatos em Ação - Edição 13 - Março de 2015 - page 9

março 2015 |
sindicatos em ação
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siniem
.org.br
Antonio Carlos
Teixeira Álvares
Artigo “O câmbio após vinte anos de Plano
Real” publicado no jornal Brasil Econômico em
13/08/2014 demonstrava que mantida a paridade
com o dólar a partir do plano Real em julho de
1994 a cotação da moeda deveria atingir R$ 2,87
em julho de 2014. Na época a cotação do dólar
era R$ 2,20. Na ocasião da sua publicação, o ar-
tigo recebeu várias críticas nas redes sociais que
contestavam a projeção defendida por seus auto-
res, Antonio Carlos Teixeira Álvares e Guilherme
Caldo Moreira. No dia 11/02/2015 o dólar atin-
giu o patamar previsto no artigo.
Antonio Carlos Teixeira Álvares, presidente do
Siniem (Sindicato Nacional da Indústria de Es-
tamparia de Metais), sindicato filiado à Federação
Nacional das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp), e também professor FGV/EAESP, como
coautor do artigo defende que a apreciação do
câmbio, impulsionada pela valorização das com-
modities, tem sido o fator mais agravante para a
indústria brasileira.
Teixeira destaca que a inflação acumulada entre
julho de 2004 até dezembro de 2014, medida pelo
IPCA, acusou 373,6%, enquanto o índice de pre-
ços ao consumidor no EUA, no mesmo período,
variou 58,7%. Com esses dados a cotação do real
em 02/01/2015 para equivaler em poder de com-
pra na data da sua criação (01/07/1994 - R$ 1,00 =
USD 1,00) deveria ser R$ 2,98 por dólar.
Ao mencionar o grave impacto da apreciação do
câmbio sobre a atividade industrial, o presidente
do Siniem ressaltou ainda que em 2006 foi registra-
do o último superávit de 5,4 bilhões de dólares na
balança de manufaturados e que em 2014, atingiu
o alarmante déficit de 108 bilhões de dólares ba-
sicamente em decorrência da valorização do real.
“Empecilhos como impostos, burocracia fiscal,
legislação trabalhista e a baixa competitivida-
de sempre foram presentes como complicadores
para as empresas. Porém, o grande problema que
afeta a indústria brasileira na última década é o
câmbio. Enfrentamos situação semelhante a que
ocorreu na Holanda, na década de 60, quando a
excessiva valorização do câmbio gerou a chamada
“doença holandesa” que dizimou a atividade in-
dustrial naquele país. O Brasil também está ani-
quilando sua indústria nacional”, afirma Teixeira.
Análise sobre o câmbio
desde o
PLANO REAL
confirmada nos
dias atuais
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